Saúde
Abril Azul: diagnóstico tardio é desafio a mais para mulheres com Transtorno do Espectro Autista

A falta de conhecimento sobre o autismo feminino pode prejudicar o bem-estar e a rotina, alerta a neurologista do Pilar Hospital, em Curitiba
De acordo com o Mapa Autismo Brasil, um terço das mulheres recebe o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) após os 20 anos de idade. A mesma pesquisa, conduzida totalmente online pela Universidade de Brasília (UnB), indica que o diagnóstico tardio acontece com apenas 9% dos homens. Já o diagnóstico precoce, entre os 0 e 4 anos, ocorre em 61,6% entre os homens, e apenas em 37,2% das mulheres.
Esses resultados, de formulários respondidos por pacientes ou seus cuidadores, devem estar no centro das discussões neste Abril Azul, mês dedicado à campanha de conscientização sobre a condição, que atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a Dra Ana Paula Gomes, neurologista do Pilar Hospital, em Curitiba, o TEA pode ser subdiagnosticado no caso das mulheres em razão de uma série de fatores, por isso merece o dobro da atenção.
“Alguns comportamentos ligados ao transtorno são mais socialmente aceitáveis quando partem do sexo feminino, como por exemplo, os interesses mais restritos ou uma certa timidez, o que ajuda a camuflar alguns sintomas”, exemplifica. “Por isso, pais, famílias e escolas devem estar mais atentos às meninas”, completa.
Outros sintomas comuns incluem a dificuldade em se relacionar com os outros, de iniciar ou manter uma conversa, de compreender ironias e metáforas, e baixa tolerância a barulhos e ambientes agitados. O TEA caracterizado por um distúrbio do neurodesenvolvimento, em que o indivíduo não progride ou se desenvolve de forma típica, explica a especialista, que está na fase final da sua pós-graduação em TEA e TDAH pela PUC de Campinas.
Saúde mental em risco
Esse diagnóstico tardio pode ter impacto significativo na saúde mental das mulheres, alerta a médica, com o risco de agravamento de quadros de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares ou de autoimagem. “Não saber o que pode estar acontecendo, enquanto relações pessoas e profissionais podem estar em risco em função de comportamentos considerados fora do normal, impacta o dia a dia dessas mulheres”, reconhece.
Para mulheres que estejam em dúvida sobre estarem ou não dentro das condições do TEA, a Dra Ana Paula sugere a busca por um profissional especializado – neurologista ou psiquiatra – para que as demandas e queixas sejam acolhidas. São eles que podem fazer o diagnóstico mais preciso e oferecer o suporte adequado, que vai incluir o apoio psicossocial e terapias.
Mais conhecimento e acolhimento
Não apenas para melhorar a qualidade de vida das mulheres diagnosticadas tardiamente, mas de todos os pacientes que estão dentro do espectro, a médica defende que a sociedade em geral precisa ter mais conhecimento sobre o assunto. “Só assim teremos a inclusão de fato. Com intervenções mais rápidas, diagnóstico precoce, apoio psicossocial, educacional e o acesso aos demais direitos garantidos por lei”, salienta. Imagem: Freepik
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